“Em nome próprio”
Da
mesma geração dos mais recentes directores artísticos dos principais teatros
nacionais, o Victor apresenta-se como um aparente hipster, da moda de juntar o
teatro à dança e às coisas que as correntes performáticas transformaram em mainstream. Mas isso são só aparências.
De fácil trato, o homem fala do que o move com a candura de quem diz sempre o
que pensa sobre as coisas. Sentados numa esplanada falámos um pouco de tudo,
mas sobretudo sobre o que o motiva a continuar e do que o apaixona a criar.
Sentava-me novamente numa qualquer esplanada com ele, a falar de tudo um pouco
e de nada.
Mas quem é este
tipo?
O
Victor Hugo Pontes tem 36 anos e nasceu em Guimarães. Pelos lados do Porto
desde 1994, estudou ao mesmo tempo na escola do Ballet Teatro e na Faculdade de
Belas Artes. Estudou dança no Fórum Dança e experimentou a Êcole de Maitres com
Pippo Delbono. Foi assistente do encenador Nuno Cardoso durante dez anos e
iniciou o seu projecto pessoal Em Nome Próprio em 2009. Tem predilecção pela
Rua de Santa Catarina, pelo Café Belo Mundo e vive entre livros e a
desarrumação que admite, ninguém lhe reconhece.
Pergunta da artista
Ana Morais
A
artista Ana Morais, ou Anita dos Sete Ofícios, deixou-me uma pergunta tramada,
e calhou ao Victor responder: O que é a
identidade artística? “Pois, a pergunta é mesmo tramada, a identidade
artística é a mesma coisa que a identidade pessoal. Porque, sem dúvida, nós
somos aquilo que fazemos, ou aquilo que somos reflecte-se naquilo que fazemos,
e a identidade artística está completamente associada à identidade do artista
em si. Depois tem a ver com a coerência no trabalho, que vai criando
referências que permitem que alguém consiga identificar que determinada peça,
trabalho ou obra, é de determinada pessoa. Seja a nível conceptual, ou de
soluções, existe uma continuidade ou descontinuidade, se o projecto for esse,
mas há algo que nos faz reconhecer a identidade, que a diferencia de outros, e
é isso que a torna própria.” Mas vês uma
diferença entre ti como pessoa, e ti como artista? “Não, porque acho que
uma coisa está completamente relacionada com a outra. O meu manifesto sou eu,
ou melhor, é o meu trabalho e eu estou completamente ligado aquilo que faço. As
questões que eu tenho, são as questões que eu levo para o meu trabalho. Não
quer dizer que seja autobiográfico, mas sem dúvida, reflecte aquilo que estou a
sentir, as minha preocupações, ambições, quais são as minhas próprias questões
e as que quero colocar quando faço um espectáculo. Acima de tudo apetece-me
comunicar, passar uma ideia, ou trazer coisas para a mesa que façam que as
pessoas vão para casa e consigam reflectir sobre alguma coisa.” Mas não achas que até agora, sobretudo nos
projectos teatrais, se trabalhou mais uma identidade colectiva? “Eu acho
que o criador esteve sempre lá, mesmo o meu trabalho reflecte o trabalho de uma
equipa, mesmo a assinar o trabalho, tenho colaboradores frequentes que trazem
muitos inputs para o projecto. O que
eu acho que existia anteriormente, era uma ideia de companhia ou de grupo que,
por questões financeiras, deixou de existir. Não há dinheiro para sustentar
essas companhias e as pessoas começam a trabalhar por projectos. As coisas
tornam-se mais circulares e mais centradas na figura do criador, que vai
aglutinando essas pessoas, que quase nunca são as mesmas, e assim deixa de
haver essa ideia de grupo. Mas ainda há alguns, os Teatro Praga são um
colectivo, os Cão Solteiro, a Mala Voadora.” Nas companhias de dança não há vergonha em dar o nome do coreógrafo à
companhia, porquê essa opção no teatro? “Porque existia mais essa ideia de
continuidade, de projecto a longo prazo. A dança também funciona de modo
diferente, na medida em que a carreira de um bailarino é muito mais curta que a
de um actor. O elo de ligação é o nome do coreógrafo, porque é o coreógrafo que
se mantém.” Mas achas que a tendência é
mais o nome próprio, por questões financeiras ou estéticas? “Sinto,
completamente, eu creio que uma leva à outra. Foi quase uma consequência, a
Companhia Olga Roriz assina como companhia, mas depois tem o nome da coreógrafa,
a Companhia Clara Andermatt, também. No teatro isso não acontece tanto, porque
o teatro parte de um texto, é um encenador ao serviço do texto. Na coreografia
é o coreógrafo que tem de trazer os conceitos para a mesa, e parte só dos seus
conceitos e ideias, não há um guião inicial, ou se existe é criado pelo
coreógrafo. Por isso é que nos cartazes aparece primeiro o nome do autor e
depois o nome do encenador, na dança o autor é o coreógrafo.” Mas tu assinas como director, de teatro, porquê?
“É sempre muito difícil definir, porque trabalho em várias vertentes, por
vezes estou ligado à fotografia, à cenografia, a pintura é que parou mesmo. Eu
terminei o curso de Belas Artes, mas no último ano só pintei uma tela, estava
já a entrar no campo da performance em que eu interagia com as coisas, a passar
para o lado tridimensional que era o que me interessava, fazia cenografia de
espectáculos e os professores avaliavam-me por isso. Nesse ano comecei a
encontrar a minha forma de comunicar e a pintura era demasiado bidimensional e
era também um acto muito solitário e eu gosto de trabalhar em grupo.” Mas quando te apresentas a alguém dizes
Victor, director de teatro? “Não, porque assim até parece que tenho um
teatro meu. Depende do contexto, mas normalmente digo que trabalho em teatro e
dança e deixo em aberto o que faço, porque também trabalho como actor e
intérprete em espectáculos de dança, também sou assistente, figurinista,
cenógrafo, mas está sempre ligado a estas duas áreas, apesar de ter várias
funções.”
O bilhete de
identidade
Para
entender estas coisas da identidade é fundamental perguntar o quem és, de onde
vens e para onde vais, por isso juntei as três e deu numa só pergunta: Tu és do Porto? “Não, eu nasci em
Guimarães e fui viver para o Porto quando tinha dezassete anos, para estudar na
Faculdade de Belas Artes e no Ballet Teatro.” Porquê o Porto? “Porque era mais perto de Guimarães e como eu tinha
começado a fazer teatro numa companhia que estava a começar, e que hoje é o
Teatro Oficina, o Porto era mais próximo e dava para continuar a trabalhar em
Guimarães. E depois consegui conciliar o estudar em duas escolas ao mesmo
tempo, porque na altura ainda não sabia muito bem o que havia de escolher, e
fiz os dois cursos, Artes plásticas-pintura e teatro. Chegar aos dezassete anos
e decidir o que ser… para mim foi adiar a decisão do que ser, e como tinha a
oportunidade de fazer as duas coisas em simultâneo, e como na altura era
possível fazer dois cursos artísticos ao mesmo tempo…” Mas sempre quiseste estar ligado às áreas criativas? “Sim, às
artes, completamente, mas de que forma é que me iria expressar é que não era
claro. Comecei logo no Secundário a fazer teatro e mesmo na primária eu era
daqueles que dizia sempre eu quero participar. Sempre gostei também muito de
dança, mas em Guimarães, um rapaz fazer dança clássica era extremamente caro,
para além de não ser muito bem visto. Os meus pais são sensíveis ao campo das
artes, mas nunca foram do meio, mas até foi o meu pai que descobriu o panfleto
de um curso de teatro para começar uma companhia e me disse isto é para ti.” E que coisas tu pintavas? “Era
extremamente figurativo, criava encenações e personagens com amigos e
fotografava-os, como ponto de partida para o trabalho. Mas a pintura exige uma
paciência imensa, coisa que eu não tenho, apesar de todos acharem que eu tenho
imensa. Como organizado, que todos acham que sou, mas em casa sou extremamente
desorganizado. É uma ideia que fica do trabalho, em que acham que por conseguir
fazer duas coisas ao mesmo tempo, acham que eu tenho uma organização exímia.” Continuas a ir ao café Belo Mundo?
“Sim, a Rua de Santa Catarina é o centro do meu mundo, nesta casa há treze
anos. Ainda há pouco tempo tive de fazer obras em casa e mudei-me durante mês e
meio para outra. E para mim era estranhíssimo sair de casa e ir para o trabalho
com outras referências, com outra rotina. Por isso, cheguei a ir de carro até
lá, estacionava e depois ia dali até ao trabalho, para sentir que estava a sair
de minha casa, porque sou uma pessoa de rotinas, apesar de ir fazendo coisas
diferentes, o facto de ter rotinas que me guiam, ajuda-me.” Sentes que existe uma diferença entre o
meio artístico do Porto e o de Lisboa? “Acho que existe, não na forma de
fazer e trabalhar, mas no Porto as pessoas são mais focadas no trabalho, o
clima influencia imenso, apesar de ser perto a sensação de bom tempo de Lisboa
não existe tanto no Porto, há menos factores de distracção. Gosto imenso das
duas cidades, trabalho nas duas, mas o Porto é o meu porto de abrigo.” Mas acreditas naquela diferença de o norte
ser mais filosófico e o sul mais poético? “Há essa diferença inevitavelmente.
L’Êcole des maîtres
O
Victor, depois de acabados os dois cursos, decidiu aprender mais sobre a área
da dança, ou que acabou por leva-lo a trabalhar com Pippo Delbono em França,
num dos principais estágios europeus. Acabaste
os cursos e foste logo para a Êcole des maîtres? “Não. Quando terminei o
curso do Ballet Teatro, como actor, fui convidado para fazer um espectáculo de
dança. Era o único actor entre os bailarinos e foi uma experiência importante,
porque me fez perceber que se podia comunicar sem usar a palavra. Depois
descobri o curso de pesquisa e criação coreográfica do Fórum Dança, e disse
para mim que queria ser coreógrafo, pela composição, pela tridimensionalidade,
e inscrevi-me. Ao início foi difícil, porque tinha uma componente técnica que
eu não dominava, mas depois encontrei uma professora que me fez ver que era possível
com o meu corpo, que não era um corpo trabalhado dessa forma. Isso enriqueceu o
meu trabalho, onde comecei a tirar partido disso, a fazer como conseguia, a
fazer com o meu corpo. Actualmente já é diferente, porque procuro no corpo dos
outros o que eu não consigo fazer com o meu. É por isso que agora trabalho com
bailarinos de alta competição, que conseguem fazer aquilo que eu não consigo
fazer. Depois ainda fiz o curso de encenação da Fundação Calouste Gulbenkian e
só depois é que fui para a Êcole des Maîtres. Eu tive sempre uma vontade imensa
de aprender, até começar a fazer os meus trabalhos, tive a necessidade de beber
do máximo de influências e ter o máximo de conhecimento.” Mas é a tua primeira experiência fora de Portugal? “Tinha feito
Erasmus, pela Faculdade de Belas Artes em Inglaterra, mas na Êcole des Maîtres
tive a sorte de trabalhar com o Pippo Delbono, sobre a Sagração da Primavera, e
foi curioso porque foi ligado à dança, parecia feito de propósito para mim,
porque descobri o curso e decidi que queria e ia fazer aquilo. Fiz a audição,
com a peripécia de vir na véspera, de comboio, de Bilbau, que me fazia chegar
atrasado meia hora. Apesar de ter avisado, eles garantiram-me que se chegasse
atrasado, não valia a pena aparecer. Decidi apanhar um avião e estava cá quando
chamaram o meu nome, para surpresa deles, que imaginavam que eu não chegaria a
horas. Mas eu queria mesmo muito fazer o curso e cheguei à hora marcada. No
final da audição como tinham de escolher três homens e três mulheres e ficámos
quatro homens e três mulheres, avisaram que iriam fazer um dia suplementar,
dois dias depois, o que era impossível para mim e intransponível para eles.
Mesmo assim fui-me embora com a sensação de dever cumprido. No dia a seguir, já
estava em Bilbau, e ligaram-me a dizer que a organização decidiu mudar para
quatro homens e duas mulheres, e acabei por ter a sorte de ficar, e logo com o
Pippo Del Bonno, que era o encenador com quem queria trabalhar.” E não te desiludiu? “Eu tinha uma ideia
vaga dele, durante o curso li todos os livros dele, e tentava perceber tudo o
que ele nos dizia, durante os ensaios, o método dele… É uma pessoa difícil, mas
durante o período em que lá estive não me questionei, estava ali para aprender
e isso foi mesmo muito importante.” E o
que fazias nesse trabalho? “Era extremamente coreográfico, e como eu tinha
alguma formação em dança, acabei por me destacar dos outros e cair nas boas
graças do Pippo Del Bonno. No final ainda me perguntou a disponibilidade, mas o
método dele exige que as pessoas estejam focadas só naquele trabalho, a viverem
juntas como uma família, e eu não estava propriamente interessado nisso, já
tinha começado uma peça e queria desenvolver a minha linguagem, mas trabalhar
com ele foi uma forma de descobrir outros métodos, e aprendi coisas que ainda
hoje recorro.”
Em nome próprio
O
Victor fala muito do seu caminho até aqui como uma procura incessante de
conhecimento nos outros, mas guardando sempre a sua linha em nome próprio. É assim? “O nome próprio surge em 2009,
como vontade de ter uma estrutura que fizesse a produção do meu trabalho. Eu
tinha começado a fazer coisas com alguma escala, que até ai eram produzidas
pelo Núcleo de Experimentação Coreográfica, mas depois por questões
relacionadas com os concursos para os subsídios e por deixar de me identificar
com as linhas que regiam esta associação, senti que devia construir a minha
própria estrutura. Escolhi Nome Próprio porque não queria colocar o Victor Hugo
Pontes, e porque podia crescer e ter outros artistas associados, mas sendo
sempre uma estrutura que trabalhasse em nome do artista, e não só para mim.
Actualmente estou só eu mas estamos a crescer…” Tu tens mais ou menos a idade do novo director do Teatro Rivoli no
Porto e do Teatro Nacional D.MariaII em Lisboa, achas que esta renovação é um
bom sinal? “É curioso, porque olho para eles e acho que são muito mais
velhos do que eu. Quando percebi que o Tiago Rodrigues tinha só mais um ano do
que eu, e já tinha feito tanta coisa, apercebi-me que também olham para mim e
imaginam que já fiz muita coisa, mas eu não tenho essa ideia. Mas acho que é
importante, esse sangue novo, com ideias novas de uma geração com um sentido de
responsabilidade enorme, mas com uma jovialidade e vitalidade que é muito
importante para este tipo de estruturas.” Mas
achas que são territórios diferentes, que a preocupação sobre o território
deixou de ser físico e que isso cria mais espaço para sinergias? “Sinto
também que há maior circulação entre pessoas. As companhias de teatro ligavam
os intérpretes a uma estética própria e forma de fazer desse grupo. É mau que
as companhias deixem de existir, porque torna mais difícil a vida para os
artistas, que ficam ainda mais intermitentes, mas por outro lado ganhamos mais
do ponto de vista artístico. Adoro trabalhar muitas vezes com os mesmos
intérpretes mas também lhes digo que é bom irem fazer outras coisas e outras
formas de pensar e de criar, porque se não ficam fechados só na minha.” Achas que a produção vai aumentar? Estás
optimista? “Sim, estou. Em quantidade não sei, mas em qualidade espero que
sim, que aumente. A cultura é extremamente importante e sem forma de
financiamento, acho que não podemos trabalhar, porque tem de haver meios e
condições para as pessoas trabalharem. As co-produções, em que os teatros
assumem a sua quota parte da produção nacional, porque fica mais diluído se
todos ajudarem, e o peso em cima da SEC não é tão grande, é um passo em frente.
Mas acho que a qualidade vai aumentar mais do que a quantidade. Isto, porque
acredito que o trabalho dos artistas portugueses é um trabalho de excelência
equivalente aos melhores dos outros países.”
Os
dois últimos trabalhos do Victor chamam-se Coppia e Fall, ambos a estrear em
Novembro.
A Coppia (1 de Novembro de 2014, Grande auditório do CCB, e em novas datas a anunciar, fora de Lisboa.) “Dupla,
parelha. É um projecto que nasce de uma ideia da Manuela Azevedo, que teve
carta branca do CCB para fazer o que queria. Ela começou a pensar o que não
queria fazer e decidiu não fazer um trabalho com os Clã, nem uma selecção de
músicas da vida dela. Descobriu a palavra Coppia e teve a ideia de trabalhar
com bailarinos e músicos. Eu trabalho com os Clã há dez anos, na parte plástica
dos concertos, encenação das sessões fotográficas, figurinos, e convidou-me para
a direcção cénica e ao Hélder Gonçalves para a direcção musical.” Mas é sobre um casal? “É sobre a ideia
de dupla, amorosa, de cumplicidade, do precisarmos sempre de um outro, parelhas
artísticas até a um amigo imaginário.
The Fall (8 de Novembro de 2014, e em 2015 em Lisboa e Guimarães.) “Vem
na sequência do espectáculo Fuga Sem Fim. São duas peças que partem desse
conceito, partem de uma acção, de um movimento e que a partir dai se
desenvolvem. No Fuga, a pergunta era eu fujo de quê? No Fall, a queda é uma
decisão que eu tomo ou que é condicionado por alguém? Porque escorrego, porque
me empurram… a queda física e a queda invisível da alma, ou cair em tentação.” E porque é que queres falar da queda?
“Porque houve momentos em que me sentia em queda, em alturas em que me sentia
muito cansado e no limite das forças e encontrei esta palavra que fazia
sentido. Mas vejo sempre esta ideia como uma ideia de regeneração, cair para
voltar a renascer.”
O
Victor fala tão abertamente de tudo, que não resisti a dizer-lhe nomes e a pedir-lhe opinião:
Mariana Tengner Barros
“É
da minha geração, tem um trabalho coerente.”
João Pedro Vaz
“É
um actor fantástico, que tem um projecto incrível e é uma pessoa que faz o que
faz com imensa paixão.”
Valter Hugo Mãe
“Primeiro
tem um nome que soa muito parecido com o meu, e gosto muito da forma de escrita
dos romances dele.
Ricardo Pais
“É o
senhor do teatro em Portugal, para mim, que sou do norte.”
Olga Roriz
“É a
senhora da dança em Portugal, o meu trabalho é distante do dela mas é uma
referência.”
Pippo Delbono
“É
paixão. Admiro muito o trabalho que ele faz, e ter partilhado com ele a
experiência da Êcole des Maîtres, ensinou-me imenso.”
Pina Baush
“É a
dança. Se não tivesse existido a Pina Baush, não faríamos o que fazemos hoje.”
Carloto Cotta
“Admiro
o trabalho dele no cinema.”
Nuno Cardoso
“É a
pessoa com quem mais aprendi na vida, no teatro. Havia coisas durante o
processo que lhe dizia que ele não devia fazer, que acabo por estar a fazer eu,
agora.”
Clã
“É o
colectivo com quem trabalho há dez anos. São artistas que produzem música que
eu gosto muito, que têm composições e letras muito boas, feitas com muito
cuidado. Há um entendimento muito grande, são pessoas que eu admiro como
artistas e como pessoas.”
Onde podemos ver o Victor?
“A
minha casa em Lisboa é o Maria Matos. Eu tento viver a cidade, não vou aos
sítios onde os turistas vão, mas gosto da zona de Belém, para estar sozinho.
Gosto de cidades grandes e por isso vivo no centro do Porto, na Rua de Santa
Catarina, ou da Baixa e do Bairro Alto em Lisboa, e o jardim da Gulbenkian, que
é o meu sítio de eleição.”
Pergunta para o
próximo artista a entrevistar:
“O que é que te imaginas a fazer daqui a dez anos?”
Observação:
A
entrevista foi realizada na esplanada da Cantina Lx, sempre rodeados de
pessoas, cães a latir e aviões a passar. Foto de João Paulo Serafim.
Publicado
na DIF 107
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